quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Condomínio

Aaaaaah, um condomínio de casas! Quem nunca quis morar num desses, hein?
Eu.

Belas casas, jardins, playgrounds intermináveis, piscinas e ACIMA DE TUDO, segurança.
Tudo cercado por um muro com muitos e muitos guardas monitorando tudo por TV's.
Só entram num condomínio pessoas identificadas, crachadas, carimbadas, fotografadas, etc e tal.

Mas os assaltos começaram assim mesmo! Ladrões pulavam o muro e assaltavam as casas.

Os condôminos, inconformados, pagaram mais e colocaram torres com guardas ao longo do muro alto, de todos os lados, de todos os ângulos.
No portão de entrada, inspeções - por incrível que pareça - ainda mais rigorosas!
Nem bebês escapavam!

Mas os assaltos continuaram.

Decidiram pagar mais ainda e colocar cercas elétricas em cima dos muros.
Muitos foram contra mas acabaram aceitando.

Mas os assaltos continuaram.

"Se não adianta mexer no muro, mexeremos nas casas!"
Grades nas janelas!

Ou seja, se os ladrões ultrapassassem o muro com as cercas elétricas, guardas, tv's, cachorros, segundo muro...encontrariam grades nas janelas...ahá!

Mas os assaltos continuaram.

Foi feito um apelo para as pessoas saírem o minimo possível de casa. Um homem foi trabalhar, foi assaltado na rua e entraram com ele dentro do carro e assaltaram sua casa.
Agora, para sair, só com um exame do crachá inteiro. Controle rigoroso na entrada e na saída. Muito bem.

Mas os assaltos continuaram.

A guarda foi reforçada e construíram uma terceira cerca.
As famílias mais ricas foram para a chamada "área de segurança máxima" e foi tomada uma medida extrema: ninguém pode entrar no condomínio. Ninguém. Visitas só por curto período e com supervisão do guarda. E ninguém pode sair.

Aaaah, agora sim! Nunca mais houveram assaltos, as pessoas que passam na frente só conseguem espiar pelo gigaaante portão de ferro.

Mas surgiu outro problema.

As tentativas de fuga. Rebeliões de condôminos que tentam de qualquer maneira atingir a liberdade.

A guarda tem sido obrigada a agir com energia.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

Americana (Parte 1)

A americana estava há pouco tempo no Brasil e queria aprender o português depressa, por isso prestava atenção em tudo que os outros diziam.
Achava curioso o "pois é". Toda vez que falava com brasileiros ouvia o "pois é"(maneira do brasileiro de não ficar quieto mas ao mesmo tempo não dizer nada). Ela não aguentava mais o "pois é".
Também tinha dificuldade com o "pois sim" e o "pois não".

Quis saber se podia me perguntar uma coisa.
-Pois não!
-É ísso! O que quer dizer "pois não"?
-Ah, quer dizer "pode falar, fique à vontade".
-AAAAAHHHH, então quer dizer "sim"?

-Então porque você não fala "pois sim"?
-Uai, porque "pois sim" quer dizer "não".
-?!?
-Se você disser alguma coisa que eu acho difícil acreditar eu digo "pois sim"
-Que língua!
*Eu quase disse: "e vocês, que escrevem tough e dizem tâf, mas fiquei quieto.*
Ela insistiu:
-Seria mais fáci não dizer o "pois".
-Pois é.